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Sobre o Bambu Chinês

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O bambu chinês é uma planta simples com personalidade marcante, pois é firme, mas não rígida, é elegante, mas não chamativa, tem altivez, mas não arrogância.

A semente do bambu depois de plantada se transforma em um pequeno bulbo e, em seguida, em pequeno broto, e por cinco anos este permanece inalterado. Sabem por quê?

Suas raízes vão crescendo e ficando cada vez mais profunda, atingindo dezenas de metros. Depois desse prazo, é que o broto começa a se projetar de fato na superfície e em pouco tempo, seu crescimento é vertiginoso, chegando a atingir 25 metros!

O bambu chinês é humilde, o espaço que ele conta para crescer é mais do que suficiente, cresce reto sem avançar em outro espaço. Para os taoístas, o espaço do outro é sagrado porque considera sagrado o seu próprio espaço. O sábio quer crescer com retidão, sem desvios, sem interferir na vida alheia, sem fazer intervenções no processo natural da outra pessoa.

A imagem relacionada ao bambu chinês sempre foi caracterizada pela simplicidade.  O bambu tem divisões que garantem

sua resistência, o talo com seus nós

tem a função de dividir e de limitar o

comprimento das fibras do caule, por

isso que os antigos chineses perceberam

que a resistência do bambu é por contas

de suas divisões e seus limites.

A característica mais conhecida do bambu é a sua flexibilidade, curva-se no vendaval para não se quebra, os antigos chineses aprenderam a importância da flexibilidade ao observar como essa planta se comporta numa ventania. Perceberam que uma árvore rígida se quebra com um vento muito forte. O bambu não. Ele se curva e depois que o vendaval passa, volta intato à posição original.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

os limites garantem a integridade da vida. As limitações são necessárias para a organização do mundo e para controlar as circunstâncias do cotidiano, quando os chineses falam em limites, eles estão se referindo a limites corretos, a atitudes moderadas.

A flexibilidade é a capacidade de se adaptar às

circunstâncias da vida, significa não ter posturas

rígidas em termos físicos ou psíquicos. Flexibilidade

envolve também o conceito de não-resistência.

No sentido mais profundo, flexibilidade significa

capacidade de não resistir às coisas naturais que

nos acontecem. No taoísmo, existe a expressão

Wu-wei que se refere à não-resistência.

Wu-wei significa deixar-se levar pelo movimento

natural. Tentar evitar alguma coisa natural é se opor

aos impulsos da vida.

O bambu é oco, esse vazio é a origem de boas qualidades, é algo que se valoriza e permite a existência das coisas, se a nossa mente estiver entulhada de preocupações, não podemos pensar direito. É dessa forma que os sábios antigos viam o vazio. Não pela ausência, mas sim pelas possibilidades que ele abre, pelos benefícios que ele traz. É uma visão positiva e não negativa. Um antigo texto chinês, o Tao Te Ching, diz: "O vaso é feito de argila, mas é o vazio que o torna útil."

O vazio é invisível. Apesar de óbvio, esse detalhe é fundamental porque mostra que as coisas mais importantes são invisíveis. Os sábios sabem que existem coisas mais profundas do que as aparências. Para os mestres orientais, o vazio é universal, onipresente.

Percebiam que o Sol flutuava no céu, no vazio, que a lua flutuava no escuro da noite, no vazio.

 

 

 

 

 

 

 

 

(OTSU, Roberto. A SABEDORIA DA NATUREZA: Taoísmo, I Ching, Zen e os ensinamentos essênios), do autor Roberto Otsu. Editora Ágora, 2006. Edição 4)

 

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Além das qualidades acima, o bambu ele é oco por dentro, com isso os taoístas perceberam que é o vazio que garante as qualidades do bambu. O vazio é um dos conceitos fundamentais do pensamento oriental, aqui o vazio tem sentido positivo, o vazio é a origem de boas qualidades, é algo que se valoriza e permite a existência das coisas e não a ausência, mas sim pelas possibilidades que ele abre, pelos benefícios que ele traz. Um antigo texto chinês, o Tao Te Ching, diz: "O vaso é feito de argila, mas é o vazio que o torna útil."

Os sábios perceberam que a sua simplicidade denota que o essencial  é  simples, simples como o bambu;  que

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Para os mestres orientais, "universo", "o todo" e "vazio" são conceitos correspondentes. Tudo nasce no (e do) vazio e tudo volta para o vazio. O mesmo vazio do bambu.O tempo de desabrochamento do Bambu Chinês nos ensina a ter paciência e determinação. Nem sempre resultados imediatos, confere bases sólidas. As coisas devem ser realizadas com serenidade, segurança e coragem, confiança plena no processo, tudo tem seu tempo, confiar nos movimentos da Natureza e na perfeição do universo.

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